Com a instalação de sistemas de energia solar, muitos consumidores e empresas têm conseguido gerar mais energia do que consome. Mas o que fazer com o excedente de energia solar?
Neste texto, vamos trazer algumas opções que podem maximizar os benefícios dessa produção extra, afinal a energia solar tem sido uma das soluções mais promissoras para a sustentabilidade energética, permitindo que consumidores residenciais e comerciais gerem sua própria eletricidade.
As opções vão desde acumular créditos até novas formas de armazenamento e comercialização. Essas alternativas são baseadas nas mais recentes regulamentações e avanços tecnológicos. Confira!
Sistema de compensação de energia (Net Metering)
No Brasil, a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por meio da Resolução Normativa nº 482/2012, permite que os consumidores com sistemas de microgeração ou minigeração distribuída, como a energia solar, utilizem o sistema de compensação de energia.
Nesse modelo, o excedente de energia gerada durante o dia é enviado para a rede elétrica, e o consumidor recebe créditos de energia que podem ser utilizados em meses subsequentes para abater o consumo.
Vantagens:
- Validade dos créditos: os créditos gerados possuem uma validade de até 60 meses, garantindo que mesmo em longos períodos de baixa geração, como inverno ou dias nublados, o consumidor continue economizando.
- Abrangência: se o consumidor possui mais de uma propriedade dentro da mesma área de concessão e sob o mesmo CPF ou CNPJ, os créditos podem ser utilizados para abater o consumo nessas outras unidades.
Desafios:
- Mudanças regulatórias: com a Lei nº 14.300/2022 (Marco Legal da Geração Distribuída), novos consumidores conectados a partir de 2023 passarão a pagar gradualmente por alguns encargos associados ao uso da rede de distribuição, o que pode impactar a rentabilidade de alguns sistemas no futuro.
Armazenamento de energia em baterias
Uma das soluções mais inovadoras para lidar com o excedente de energia solar é o uso de baterias para armazenar essa energia.
Esse sistema permite que o consumidor utilize a energia armazenada durante a noite ou em períodos de baixa geração, proporcionando maior independência da rede elétrica.
Tipos de baterias:
- Baterias de íon-lítio: são as mais recomendadas pela alta densidade energética e durabilidade. Elas representam um avanço tecnológico, proporcionando maior eficiência e ciclos de carga mais longos.
- Baterias de chumbo-ácido: mais acessíveis financeiramente, porém com menor eficiência e vida útil quando comparadas às de íon-lítio.
Benefícios:
- Autonomia: em regiões onde há frequentes interrupções no fornecimento de energia elétrica, as baterias garantem continuidade do serviço.
- Armazenamento para venda futura: com a evolução do mercado de energia, há discussões em torno da possibilidade de venda da energia armazenada em momentos de maior demanda, beneficiando-se de preços mais altos.
Desafios:
- Alto custo inicial: embora os preços das baterias estejam diminuindo globalmente, ainda representam um investimento significativo. Estudos sugerem que o custo das baterias de íon-lítio caiu cerca de 87% entre 2010 e 2020, mas a viabilidade econômica ainda deve ser analisada caso a caso .
- Ciclos de vida e substituição: dependendo da tecnologia da bateria, o ciclo de vida pode variar entre 5 a 15 anos, e o custo de substituição deve ser considerado no planejamento financeiro.
Compartilhamento de energia (Geração compartilhada)
Outro modelo que está ganhando força é a geração compartilhada. Consumidores com excedente podem associar-se a outros consumidores, formando consórcios ou cooperativas, e distribuir a energia gerada entre os participantes.
Esse modelo, regulado pela ANEEL, permite que diferentes unidades consumidoras em uma mesma área de concessão compartilhem a energia gerada, promovendo uma economia colaborativa.
Vantagens:
- Inclusão de consumidores sem capacidade de instalação: ideal para quem mora em condomínios ou áreas sem espaço para instalação de painéis solares.
- Redução de custos operacionais: dividir os custos de instalação e manutenção do sistema entre os membros do consórcio reduz o valor do investimento para cada participante.
Desafios:
- Gestão e burocracia: a criação de cooperativas ou consórcios demanda uma gestão eficiente e um acordo claro entre as partes envolvidas sobre a distribuição da energia e dos créditos.
Comercialização de excedente de energia
Embora ainda seja uma opção restrita no Brasil, o desenvolvimento de mercados livres de energia e as mudanças regulatórias abrem espaço para a comercialização do excedente de energia gerada por pequenos produtores.
No mercado livre, grandes consumidores de energia, como indústrias, já podem comprar e vender energia diretamente, sem a intermediação de concessionárias.
Com a Lei 14.300/2022, espera-se que, no futuro, mais consumidores possam vender diretamente a energia excedente. No entanto, a viabilidade desse modelo depende de avanços na regulamentação e na infraestrutura tecnológica, como o uso de medidores inteligentes que possam monitorar e registrar o consumo e a geração de energia em tempo real.
Doação de energia para projetos sociais
Uma alternativa filantrópica e que tem sido explorada em alguns países é a doação de energia excedente para ONGs e instituições sociais.
No Brasil, algumas distribuidoras já permitem que consumidores destinem seus créditos para projetos sociais, proporcionando impacto social ao mesmo tempo em que utilizam a energia de forma sustentável.
Carregamento de veículos elétricos (VE)
Uma das formas mais eficientes de usar o excedente de energia solar é direcioná-lo para carregar veículos elétricos. Se você possui ou planeja adquirir um carro elétrico, pode utilizá-lo como um “armazém móvel” de energia.
A combinação de energia solar com veículos elétricos tem o potencial de reduzir ainda mais sua dependência da rede elétrica e dos combustíveis fósseis.
- Vantagem: ao carregar seu carro com energia solar excedente, você pode reduzir significativamente os custos com combustível, além de diminuir a pegada de carbono.
- Carregadores bidirecionais: algumas tecnologias emergentes, como o Vehicle-to-Grid (V2G), permitem que o carro devolva a energia armazenada para a rede quando não estiver em uso, criando uma solução bidirecional que ajuda a equilibrar o consumo.
Produção de hidrogênio verde
O excedente de energia solar pode ser utilizado para gerar hidrogênio verde, uma fonte de energia limpa que está ganhando destaque globalmente.
A energia solar pode alimentar um processo de eletrólise que separa o hidrogênio da água, criando uma fonte de combustível sem emissões de carbono.
- Potencial: o hidrogênio verde pode ser armazenado e utilizado posteriormente como combustível para diversos usos industriais, transporte pesado (como trens e caminhões), ou até para aquecer edifícios.
- Tendência global: países como Japão e Alemanha estão investindo fortemente em tecnologias de hidrogênio verde, e a combinação de energia solar com eletrólise está se tornando uma solução promissora para o futuro da energia limpa.
Operação de equipamentos de alto consumo
Outra forma inteligente de utilizar o excedente de energia solar é em equipamentos de alto consumo energético que podem funcionar em horários de pico de produção solar. Podem englobar:
- Aquecedores de água: sistemas de aquecimento elétrico ou bombas de calor podem ser operados com o excedente de energia solar, reduzindo o consumo durante a noite ou períodos nublados.
- Ar-condicionado e refrigeração: resfriar ambientes durante o dia, quando o consumo de energia é maior e a produção solar é elevada, é uma forma de maximizar o uso da energia gerada e evitar o uso excessivo da rede elétrica.
- Desumidificadores e ventiladores industriais: em instalações industriais ou agrícolas, o excedente de energia solar pode ser utilizado para operar máquinas de alta demanda, como desumidificadores e ventiladores de grande porte.
Projetos de agricultura solar (Agrivoltaico)
A combinação de agricultura com a produção de energia solar, conhecida como agricultura solar ou agrivoltaica, permite que a energia solar excedente seja utilizada para impulsionar sistemas de irrigação, controle climático em estufas e outras operações agrícolas.
- Exemplo: em regiões rurais, sistemas solares podem fornecer energia para bombas de irrigação durante o dia, quando a demanda de água para as plantações é maior, sem depender da rede elétrica.
- Agricultura sombreadora: outra técnica é usar os painéis solares para fornecer sombra para as culturas, reduzindo a evaporação da água e otimizando o microclima para plantas específicas, como frutas e vegetais sensíveis ao calor excessivo.
Integração com sistemas de aquecimento geotérmico
Outra forma de aproveitar o excedente de energia solar é usá-lo em conjunto com sistemas de aquecimento geotérmico. Esses sistemas utilizam o calor da terra para aquecer edifícios ou fornecer água quente, e a energia solar pode fornecer a eletricidade necessária para operar as bombas de calor.
- Sustentabilidade: a combinação de energia solar e geotérmica pode criar um sistema de energia altamente sustentável, adequado para locais com invernos rigorosos ou onde o consumo de energia para aquecimento é elevado.
Iluminação pública ou comunitária
Comunidades podem utilizar o excedente de energia solar para iluminar áreas públicas, como: praças, ruas ou campos esportivos. Essa prática já é adotada em várias cidades do mundo, permitindo economia de recursos públicos e promovendo segurança e qualidade de vida.
Produção de água potável
Em áreas com acesso limitado à água potável, o excedente de energia solar pode ser utilizado para alimentar sistemas de dessalinização ou purificação de água. Usinas de dessalinização que utilizam energia renovável já estão em operação em regiões como o Oriente Médio e a Austrália, onde a escassez de água é uma preocupação crítica.
LAS – escolha inteligente em energia solar
A venda de energia solar ou do seu excedente é uma alternativa interessante para maximizar o retorno do investimento em geração fotovoltaica. O modelo de compensação de energia no Brasil facilita esse processo, tornando possível reduzir a conta de luz ou até zerá-la.
No entanto, o mercado livre de energia, que se refere a um ambiente de negociação em que consumidores e fornecedores de energia elétrica podem negociar livremente as condições comerciais, como: preço, quantidade de energia, período de suprimento, entre outros aspectos, é uma alternativa viável para quem tem maior capacidade de geração e está disposto a seguir uma abordagem mais complexa e regulada.
Diferentemente do mercado regulado, em que as tarifas e condições são estabelecidas pelo governo, no mercado livre os consumidores têm a liberdade de escolher seus fornecedores e negociar diretamente com eles.
Se estiver considerando investir em energia solar para vender o excedente, é essencial avaliar a viabilidade financeira e regulatória, além de buscar profissionais especializados para ajudar no processo.
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